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Dicas de língua portuguesa

 

 

Dicas de língua portuguesa Nova ortografia

 

1- Hiatos

 

Não se usa mais o acento circunflexo em palavras terminadas em "oo" e nas formas verbais terminadas em "eem". Assim, em vez de escrever "vôo, vôos, enjôo, crêem, dêem, lêem", devemos escrever "voo, voos, enjoo, creem, deem e leem". A terceira pessoa do plural do presente do indicativo dos verbos ter e vir, assim como dos verbos que derivam destes verbos (conter, deter, manter, obter, provir, intervir e convir), não perderam acento circunflexo. Assim, temos : Eles têm, vêm, contêm, detêm, provêm, intervêm.

 

2 - Ditongos em "ei" e "ói" Não se acentuam mais os ditongos abertos em "éu", "éi" e "ói" das palavras paroxítonas. Exemplos : Alcaloide, alcateia, celuloide, asteroide, colmeia, claraboia, Coreia, debiloide, epopeia etc. Nas palavras paroxítonas, esses ditongos só são acentuados quando a palavra terminar em "r" (contêiner, destróier, gêiser) ou em ditongos crescentes (almêijoa)

 

3 - Acento diferencial Perderam o acento : a terceira pessoa do verbo parar : em vez de "ele pára", devemos escrever "ele para" ; as três pessoas do singular do verbo pelar : em vez "eu pélo, tu pélas, ele péla", devemos escrever "eu pelo, tu pelas, ele pela"; em vez de pólo e pólos (substantivos), devemos escrever polo e polos ; em vez de "o pêlo" (cabelo), devemos escrever "o pelo". Continuamos a acentuar a forma infinitiva do verbo pôr (para diferenciar da preposição "por" e a terceira pessoa do pretérito imperfeito do indicativo do verbo poder : "ele pôde" (a fim de diferenciar da terceira pessoa do singular do presente do indicativo do mesmo verbo : "ele pode"). Permanecem os acentos que diferenciam o singular do plural dos verbos ter e vir, assim como seus derivado(manter, deter, reter, conter, convir, intervir, advir etc.). Exemplos: Ele tem dois carros. / Eles têm dois carros.Ele vem de Sorocaba. / Eles vêm de Sorocaba.Ele mantém a palavra. / Eles mantêm a palavra.Ele convém aos estudantes. / Eles convêm aos estudantes.Ele detém o poder. / Eles detêm o poder.Ele intervém em todas as aulas. / Eles intervêm em todas as aulas. A reforma sugere a acentuação de "fôrma" (utensílio : fôrma de bolo) a fim de diferenciar de "forma" (forma física, maneira, modo).

 

4 - Regra do "u" e do "i" As vogais "i" e "u" continuam acentuadas quando, em uma separação silábica, vierem a se encontrar isoladas, formando um hiato com a vogal precedente : viúva (vi-ú-va), saúde (sa-ú-de), gaúcho (ga-ú-cho), conteúdo (con-te-ú-do), caíram (ca-í-ram), eu traí (tra-í), eu caí (ca-í), país (pa-ís) etc. Essas vogais não são acentuadas quando continuam a formar um ditongo na separação silábica : gratuito (gra-tui-to), fortuito (for-tui-to) e intuito (in-tui-to). Mudanças : elas perder o acento quando constituírem um hiato com um ditongo anterior. Assim, em vez de "feiúra (fei-ú-ra), baiúca (bai-ú-ca)", temos "feiura e baiuca". Se a palavra for oxítona e o "u" e o "i" estiverem em posição final (ou seguidos de "s"), o acento permanece. Exemplos : Tuiuiú, Piauí. Não se usa mais o acento agudo no "u" tônico das formas (tu) arguis, (ele) argui, (eles) arguem, do presente do indicativo dos verbos arguir e redarguir.

 

5 - Não se usa mais o acento nas palavras terminadas em "êem" e "ôo". Doravante devemos escrever creem, deem, doo, enjoo, leem, magoo, perdoo, povoo, veem, voo, zoo 6. Há uma variação na pronúncia dos verbos terminados em "guar", "quar"e "quir", como aguar, averiguar, apaziguar, desaguar, enxaguar, obliquar, delinquir etc. Esses verbos admitem duas pronúncias em algumas formas do presente do indicativo, do presente do subjuntivo e também do imperativo. Assim : - se forem pronunciadas com "a" ou "i" tônicos, essas formas devem ser acentuadas. Exemplos: - verbo enxaguar: enxáguo, enxáguas, enxágua, enxáguam; enxágue, enxágues, enxáguem. - verbo delinquir: delínquo, delínques, delínque, delínquem; delínqua, delínquas, delínquam. - se forem pronunciadas com "u" tônico, essa vogal deve ser pronunciada mais fortemente, sem, contudo, ser acentuada graficamente). - verbo enxaguar: enxaguo, enxaguas, enxagua, enxaguam; enxague, enxagues, enxaguem. - verbo delinquir: delinquo, delinques, delinque, delinquem; delinqua, delinquas, delinquam. No Brasil, a pronúncia habitual é a primeira com o "a" e o "i" tônicos.

 

6 - Hífen

 

1. Usa-se o hífen nas palavras compostas que não apresentam elementos de ligação. Exemplos: guarda-chuva, arco-íris, boa-fé, segunda-feira, mesa-redonda, vaga-lume, joão-ninguém, porta-malas, porta-bandeira, pão-duro, bate-boca. Exceções: Não se usa o hífen em certas palavras que perderam a noção de composição, como girassol, madressilva, mandachuva, pontapé, paraquedas, paraquedista, paraquedismo.

 

2. Usa-se o hífen em compostos que têm palavras iguais ou quase iguais, sem elementos de ligação. Exemplos: reco-reco, blá-blá-blá, zum-zum, tico-tico, tique-taque, cri-cri, glu-glu, rom-rom, pingue-pongue, zigue-zague, esconde-esconde, pega-pega, corre-corre.

 

3. Não se usa o hífen em compostos que apresentam elementos de ligação. Exemplos: pé de moleque, pé de vento, pai de todos, dia a dia, fim de semana, cor de vinho, ponto e vírgula, camisa de força, cara de pau, olho de sogra. Incluem-se nesse caso os compostos de base oracional. Exemplos: maria vai com as outras, leva e traz, diz que diz que, deus me livre, deus nos acuda, cor de burro quando foge, bicho de sete cabeças, faz de conta. Exceções: água-de-colônia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia, ao deus-dará, à queima-roupa.

 

4. Usa-se o hífen nos compostos entre cujos elementos há o emprego do apóstrofo. Exemplos: gota-d'água, pé-d'água.

 

5. Usa-se o hífen nas palavras compostas derivadas de topônimos (nomes próprios de lugares), com ou sem elementos de ligação. Exemplos: Belo Horizonte - belo-horizontino Porto Alegre - porto-alegrense Mato Grosso do Sul - mato-grossense-do-sul Rio Grande do Norte - rio-grandense-do-norte África do Sul - sul-africano

 

6. Usa-se o hífen nos compostos que designam espécies animais e botânicas (nomes de plantas, flores, frutos, raízes, sementes), tenham ou não elementos de ligação. Exemplos: bem-te-vi, peixe-espada, peixe-do-paraíso, mico-leão-dourado, andorinha-da-serra, lebre-da-patagônia, erva-doce, ervilha-de-cheiro, pimenta-do-reino, peroba-do-campo, cravo-da-índia.

 

Obs.: não se usa o hífen quando os compostos que designam espécies botânicas e zoológicas são empregados fora de seu sentido original. Observe a diferença de sentido entre os pares:

 

a) bico-de-papagaio (espécie de planta ornamental) - bico de papagaio (deformação nas vértebras).

 

b) olho-de-boi (espécie de peixe) - olho de boi (espécie de selo postal).

 

Uso do hífen com prefixos :

 

A - Com a utilização de prefixos terminados em vogal (ANTE, ANTI, AUTO, CO, CONTRA, ENTRE, EXTRA, INFRA, INTRA, SEMI, SOBRE, ULTRA etc.) e de falsos prefixos (AERO, MINI, NEO, PROTO, PSEUDO, RETRO, TELE etc.) o hífen deve ser empregado nos seguintes casos : - Diante de uma palavra iniciada por H ou pela mesma vogal : anti-higiênico, anti-herói, anti-horário, anti-imperialista, anti-inflacionário, auto-observação, auto-hipnose, co-herdeiro, contra-ataque, micro-ondas, micro-ônibus, mini-horta, proto-história, semi-internato, sobre-humano, sub-humano, super-homem, ultra-hiperbólico. - Se o segundo termo começar por "R" ou "S", essas letras devem ser duplicadas : antirreligioso, antissocial, contrarregra, minissaia, multissecular, neorrealismo, semirreta, ultrassonografia.

 

B - Quando o prefixo termina em consoante e o elemento seguinte começa por H, R ou mesma consoante : hiper-requintado, hiper-humano, inter-humano, inter-racial, inter-regional, sob-roda, sub-bibliotecário, super-homem, super-racista. Podemos, no entanto, escrever sub-humano ou subumano e ab-rupto ou abrupto.

 

C - Os prefixos "co", "re", "pro" (com "o" fechado) e "pre" (com o "e" fechado) juntam-se, sem hífen, ao segundo termo : coautor, coerdeiro, coobrigação, coocupante, cooperar, cooperação, coordenar, reescrever, reeleger, reospitalizar, preencher, preencher, preeminente.

 

D - Com os prefixos CIRCUM e PAN, utilizamos o hífen quando o segundo elemento começa por "H", vogal, "M" ou "N" : circum-hospitalar, circum-escolar, circum-murado, circum-navegação, pan-africano, pan-americano, pan-negritude.

 

E - Usa-se o hífen com os prefixos Ex, SEM, ALÉM, AQUÉM, RECÉM, PÓS, PRÉ, PRÓ e VICE. Exemplos : aquém-mar, ex-aluno, ex-diretor, ex-presidente, pós-graduação, pró-europeu, recém-casado, recém-nascido, sem-terra, vice-rei.

 

F - Usa-se o hífen com sufixos de origem tupi-guarani que representam formas adjetivas tais quais açu, guaçu e mirim. Exemplos : capim-açu, amoré-guaçu, anajá-mirim. 

 

G - Usa-se o hífen em palavras formando um encadeamento vocabular : Exemplos : Ponte Rio-Niterói, eixo Rio-São Paulo.

 

Observação : não há utilização de hífen com os prefixos "DES", "IN", "TRANS" ou "AN" : desumano, inumano, inábil, transumano, transexual, anistórico nem com a formação de palavras com NÃO e QUASE. Exemplos : Não agressão, quase delito.

 

Foram consultadas diversas fontes. Entre elas citamos o Dicionário de Português Online (michaelis.uol.com.br), Brasil Escola (www.brasilescola.com) e o livro Escrevendo pela nova ortografia : como usar as regras do novo acordo ortográfico da língua portuguesa. 2e. Instituto Antonio Houaiss. AZEREDO, José Carlos (coordenação). São Paulo : Publifolha, 2008.

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